Maio Roxo: o perigo das doenças inflamatórias intestinais

Campanha realiza ações em todo o Brasil o Maio Roxo, que é o mês de conscientização das doenças inflamatórias intestinais

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Este mês traz a campanha ‘Maio Roxo’, de conscientização sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), um grupo heterogêneo de doenças do trato digestivo, de caráter autoimune — ou seja, quando o sistema imunológico passa a atacar o próprio corpo, as articulações e outros órgãos.

A DII engloba doenças crônicas que inflamam os intestinos em intensidades variadas, sendo as principais a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, que podem afetar até 1,6 milhão de pessoas no Brasil, segundo estudos feitos em 2020 pela Organização Brasileira de Doença de Crohn e Colite (GEDIIB).

Na Doença de Crohn, que registra de 7 a 10 casos por 100 mil habitantes, a inflamação pode ocorrer em qualquer segmento do trato gastrointestinal, sendo mais comum no final do intestino delgado (íleo terminal) e cólon direito. Já a Retocolite Ulcerativa, que acomete o cólon e o reto, registra de 10 a 20 casos em cada 10 mil habitantes

A doença atinge principalmente o adulto jovem na faixa dos 30 anos de idade, com forte impacto social e econômico. As regiões Sul e Sudeste são os locais com maior frequência da doença, atingindo até 183 casos por 100 mil habitantes no Estado de São Paulo.

“Os sintomas mais comuns são diarreia crônica, com ou sem sangue, dor abdominal e emagrecimento”, alerta Adérson Omar Mourão Cintra Damião, gastroenterologista e coordenador do Gastro D’Or, serviço especializado da Rede D’Or São Luiz. Ainda de acordo com o médico, os sinais e sintomas podem incapacitar e comprometer atividades rotineiras, além de poder causar complicações graves.

“A doença não tem cura até o momento, porém, é possível diminuir a inflamação e alcançar a remissão, com controle dos sintomas e a redução da chance de complicações se diagnosticada precocemente”, alerta o especialista.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico das Doenças Inflamatórias Intestinais envolve desde o histórico do paciente, até a realização de exames laboratoriais (geralmente sangue e fezes), procedimentos de imagem (ultrassom, tomografia e ressonância) e endoscópicos, estes últimos permitindo a verificação da área inflamada e realização de biópsias.

Ainda que não haja cura, medicamentos e acompanhamento com médicos especialistas aliviam os sintomas, oferecendo ao paciente uma melhor qualidade de vida. Os tratamentos variam de acordo com a fase e gravidade da doença. Entre as opções estão orientações dietéticas, medicamentos, cirurgias e, em casos mais severos, transplante de intestino ou medula óssea.

“Também estão disponíveis no mercado potentes medicamentos biológicos, que agem contra essas inflamações de forma eficiente”, destaca o especialista do Hospital São Luiz Itaim.

Essa evolução nos fármacos resultou numa redução das taxas de complicações e cirurgias, além de proporcionar uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes. “Por isso, é muito importante se informar sobre a doença, buscar um especialista para diagnóstico e iniciar o tratamento o quanto antes”, finaliza o médico.

DII NO BRASIL, EM NÚMEROS

A GEDIIB esteve no Congresso Europeu de Doença de Crohn e Colite, no último mês de março, na Dinamarca, e apresentou dados de estudos de corte realizados no Brasil, entre julho de 2020 e agosto de 2022, graças ao único estudo publicado pelo Cadastro Nacional de Pacientes realizado pelo GEDIIB, por meio do registro dos centros de Excelência em DII, registrados pelos Plataforma Brasil e pela plataforma internacional Redcap.

Os dados apresentados pela 1ª vez são robustos e expressivos. Eles mostram que de um total de 1.179 pacientes incluídos em sua análise, 600 (51%) foram diagnosticados com Colite Ulcerativa568 (48%) com Doença de Crohn 11 (0,9%) com colite indeterminada.

idade média foi de 34,4 anos, sendo 59% do sexo feminino73% caucasianos e 85,3% não fumantes.

Em relação aos sintomas iniciais, 42% apresentaram diarreia, 38% dor abdominal e 20% perda de peso.

A idade de início dos sintomas da DII variou de 1 a 87 anos. O Sudeste é a região do Brasil com maior concentração desses pacientes (72,3%), esses dados são iniciais e a plataforma está agora incluindo outros centros médicos que possui excelência em DII de diferentes Estados.

Sintomas de alerta

• Diarreia persistente (+ 2 semanas);

• Dor abdominal crônica ou recorrente;

• Sangue nas fezes;

• Perda de peso não-intencional;

• Fadiga crônica ou falta de energia;

• Náusea e vômito;

• Febre de origem desconhecida;

• Anemia.

Diagnóstico

De acordo com a GEDIIB, o diagnóstico é estabelecido a partir dos sintomas e de exames complementares como exames de sangue, colonoscopia, biópsia, tomografia ou ressonância magnética, além de outros exames. A doença pode comprometer a qualidade de vida de seus portadores e levar a quadro de incapacidade funcional.

Causas

As causas ainda são desconhecidas. Sabe-se, no entanto, que cerca de 20% das pessoas portadoras de DIIs têm alguém na família com o diagnóstico. Ou seja, a hereditariedade pode influenciar.

Especialistas também acreditam que as pessoas que desenvolvem a doença podem ter alguma deficiência no sistema imunológico.

Fatores de risco

Doença de Crohn

• Histórico familiar — as chances aumentam se algum familiar próximo (pais ou irmãos) já tiverem tido a doença;

• Tabagismo;

• Álcool;

• Alimentação desequilibrada, pobre em fibras e rica em gorduras e produtos industrializados;

• Sedentarismo;

• Estresse.

Retocolite Ulcerativa

• casos na família;

• dieta pobre em fibras;

• sedentarismo;

• consumo excessivo de gordura animal;

• deficiência de vitamina D;

• gastroenterite por Salmonella ou Campylobacter;

• uso indiscriminado de anti-inflamatórios.

Agenda Positiva

Maio Roxo é marcado por fórum sobre doenças intestinais e ações educativas

Organização Brasileira de Doença de Crohn e Colite (GEDIIB) promove durante este mês a campanha “Maio Roxo 2023”, com o tema “Visibilidade DII”. O objetivo da organização é trazer mais informações e esclarecimento sobre o tema, por meio de ações de educação e conscientização, além de trazer para discussão o acesso aos novos tratamentos.

Pelo quarto ano consecutivo, o GEDIIB irá realizar o Fórum de Acesso, Incorporação e Assistência Farmacêutica em Doença Inflamatória Intestinal. Será realizado em Brasília (DF), no dia 17 de maio, das 8h às 18h. O evento é destinado a médicos, farmacêuticos e profissionais das áreas de acesso a medicamentos.

Também estão previstas ações de conscientização em praças, parques, estações do metrô e pedágios. Além da iluminação de monumentos turísticos em todo o Brasil. A agenda está no site: Link. Nas redes sociais também é possível apoiar a campanha publicando uma foto na moldura do Maio Roxo. Saiba mais  aqui.

Fundada em março de 2002, a Organização Brasileira de Doença de Crohn e Colite (GEDIIB) é uma entidade médica sem fins lucrativos que tem a proposta de aprimorar e gerar conhecimento relacionado ao tratamento das Doenças Inflamatórias Intestinais.

A organização é formada por especialistas de diversas áreas da medicina, comoclínicos, pediatras, gastroenterologistas, cirurgiões, coloproctologistas, nutrólogos, endoscopistas, dermatologistas, pneumologistas, patologistas, reumatologistas, hematologistas, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos.

Assim, a GEDIIB é considerada uma organização científica de excelência e difusora de conhecimento, buscando promover suporte mais amplo na assistência às pessoas com Doenças Inflamatórias Intestinais.

Hospital de São Paulo promove evento gratuito sobre o tema

O Hospital São Luiz Itaim realiza na próxima sexta-feira, 19 de maio, às 9h, um evento, em alusão à campanha Maio Roxo, de conscientização e prevenção da Doença Inflamatória Intestinal (DII). Gratuito para a população, o evento contará com palestras informativas sobre prevenção, sintomas e tratamento, momento para esclarecimento de dúvidas Dra.. As inscrições podem ser realizadas AQUI.

O evento conta com a participação da médica Marta Brenner Machado, presidente da Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD), e será coordenado por Adérson Omar Mourão Cintra Damião, gastroenterologista e coordenador do Gastro D’Or, serviço especializado da Rede D’Or São Luiz. No dia 20, a unidade reúne também especialistas de todo o país para uma discussão profissional do tema.

Guia multidisciplinar para os pacientes

Os sinais físicos das doenças inflamatórias intestinais refletem na saúde emocional e na alimentação, por isso a necessidade do acompanhamento multidisciplinar, além da terapia medicamentosa. Lançada em 2020, a campanha Siga Sem Pausa, iniciativa da Janssen para conscientização das DIIs, disponibiliza o Guia Multidisciplinar para download gratuito no site da campanha.

Esse ano, o material ganhará uma versão em PODCAST, com entrevistas inéditas de especialistas e pacientes que abordarão temas fundamentais como o impacto no trabalho, acesso aos tratamentos disponíveis, qualidade de vida e alimentação. Os guias têm o apoio científico do GEDIIB. 

A campanha conta com apoio da Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e da Doença de Crohn (ABCD), da Associação Nacional dos Portadores de Doenças Inflamatórias Intestinais (DII Brasil) e da Associação do Leste Mineiro de Doenças Inflamatórias Intestinais (ALEMDII).

Para mais informações sobre a doença, a campanha e o Guia, clique aqui!

Com Assessorias

 

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